1. |
A âncora que jogamos
02:20
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se era pra ser assim
eu não devia ter que insistir
eu não devia ter que agir assim pra me manter aqui
com fogo nas orelhas mas deixando tudo como está
me afogando em promessas por sempre tentar
seja como for
pegar esses espinhos que minha carne absorveu e transformar em flor
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2. |
nas poças se transforma
03:25
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você não vai me ouvir falar sobre o quanto eu queria poder voltar
e os dias em que deixo de sentir são recorrentes
um novo ano com velhos hábitos
e esperanças renovadas por velhos dias
relembrados em noites frias
afogando tudo que eu tinha onde um dia já fez mais sol
mas me embebedo no sono pra não ver o sol se pôr
há um mundo lá fora (e pensar nessa rua fez eu perder a hora)
e as paredes das casas já mudaram de cor
mas na minha memória (no final da história)
sua casa é a mesma e daí vem a dor de passar nessa rua
onde nós e eles costumávamos ser um só
passam os anos e sigo só
então antes que eu me esqueça do calor que emana daqui,
me incendeie por inteiro
antes que o tempo apague esse amor em mim,
me adormeça em seu leito
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3. |
em medo e em desejo
02:37
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nessas boas vindas já me prolonguei demais...
há solidão em um vagão lotado e uma chuva que não quer parar
dissolve os dias em um dilúvio que é tão passageiro quanto se prolonga
há santos que não se batem mas trocam tapas entre si
e se sentir especial será o primeiro erro
seu rosto permanecia impassível
um forte sem uma brecha
olhos vendados pra qualquer aparição
e eu não pude evitar o choque mesmo conhecendo esse sentimento tão bem
eu só tenho sua palavra
e eu não tenho mais palavras
"mais uma vez um estranho no ninho",
"mais um nó a se engolir",
jurei ouvir
todo mundo anda tão sozinho que eu desaprendi a me esquecer
preciso aprender a ficar junto de você
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4. |
de um teto não familiar.
04:49
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ainda que eu te deva algumas palavras, também nunca te ouvi dizer sobre quem você queria ser
e às vezes imagino te ver se conhecer
às vezes imagino te deixar me conhecer
na hora de crescer, o que te tirou dali?
foi somente a seca ou a vontade de existir?
e quanto a essa coragem, será que habita em mim?
ou será que essa ansiedade também nela deu um fim?
sei que nada pode abalar sua fé
mas a minha anda em baixa
e eu nunca rezo em vão
e quanto a você,
quem era antes de você se perder?
o gole derradeiro, foi por quem ou pelo quê?
ainda há vislumbres de alguém que esteve aqui
antes de que eu nascesse, disse adeus antes de vir
será que eu que cresci ou essa casa encolheu?
também crescem as perguntas que talvez não vão ouvir
minha voz ainda é falha e só funciona ao explodir
mas ainda o que define e faz que a gente fique aqui
é como a gente fica em pé quando tudo quer ruir
como a gente fica em pé quando tudo quer ruir?
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De Carne e Flor São Paulo, Brazil
Tentando o autoexorcismo desde 2016.
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